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Em 12 de abril de 1961, o soviético Yuri Gagarin foi o primeiro ser humano a explorar a órbita terrestre. Seu voo espacial durou pouco menos de duras horas, tempo suficiente para completar apenas uma volta ao redor do planeta – e o bastante para contagiar Gagarin com um profundo sentimento de humildade diante da grandeza de nosso mundo. Em de julho de 2019, a humanidade celebrou os 50 anos dos primeiros homens na Lua. Em 20 de julho de 1969, os astronautas estadunidenses Neil Armstrong e Edwin “Buzz” Aldrin Jr., com o auxílio do astronauta Michael Collins, pisaram em nosso satélite natural pela primeira vez, tornando célebre a frase “Um pequeno passo para [um] homem, um grande salto para a humanidade”.

Depois deles, outros dez homens em cinco missões entre o fim de 1969 e o fim de 1972 caminharam sobre a Lua. Entre abril de 1961 e agosto de 2019, cerca de 600 homens e mulheres haviam participado de missões espaciais – totalizando mais de 29 mil dias de experiências individuais em órbita. No momento da concepção deste enunciado, 10 astronautas – três estadunidenses, três russos, três chineses e um alemão – dividem atividades científicas na Estação Espacial Internacional, rodeados por mais de 8000 satélites artificiais. Com base nessas informações, leia o excerto jornalístico abaixo com atenção: “Uma parcela de 7% dos brasileiros acredita que o formato da Terra é plano, aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha no início [de julho de 2019]. O levantamento contou com 2086 entrevistados maiores de 16 anos em 103 cidades pelo país e foi o primeiro a estimar quantos no país duvidam que o planeta seja esférico – cerca de 11 milhões de pessoas. Declararam crer que a Terra seja redonda 90% dos entrevistados e o restante disse não saber sua forma. A crença de que a Terra é plana se revelou inversamente proporcional à escolaridade. Enquanto 10% das pessoas que deixaram a escola após o ensino fundamental defendem o chamado terraplanismo, essa parcela diminui entre os que estudaram até concluir o ensino médio (6%) ou superior (3%). (…) Segundo a historiadora Marcia Bartusiak, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o conhecimento de que a Terra é esférica provavelmente remonta a discípulos de Pitágoras (séc. 6 a.C)”. Disponível em: Acesso em 12/08/2019. Nos últimos anos, o Brasil foi palco de um preocupante onda de negacionismo histórico, especialmente nas redes sociais. Esse discurso não tardou a povoar o âmbito governamental de nossa sociedade, sendo por vezes utilizado como orientação partidária e palanque eleitoral. A negação do holocausto promovido pelo Nazismo, o terraplanismo, a acusação de que a humanidade nunca foi ao espaço e o movimento antivacinal, suposições que vão contra milhares de produções científicas sobre os temas nas últimas décadas, são quatro desses principais negacionismos. O historiador Bruno Leal, da Universidade de Brasília, afirma que “o que orienta essas narrativas […] não é o rigor acadêmico, mas um projeto político”. Trata-se, portanto, de um enfrentamento sem qualquer metodologia, pautado unicamente no “benefício” do controle sobre o passado. Oportunamente, a corrida espacial da década de 1960 coincidiu com o desenvolvimento e com a popularidade da Terceira Geração da Escola dos Annales.

O dinamismo metodológico da época permitiu (e estimulou) a incorporação de novos preceitos à ciência historiográfica, e a valorização de temas pouco trabalhados pela literatura acadêmica, como a interdisciplinaridade, a Psicologia e o imaginário. Além de permitir novas abordagens, essa repaginação da História também agregou novas responsabilidades a professores e historiadores. A partir dela, docentes e pesquisadores, a despeito de seus focos de análise, precisaram adaptar-se a um regime de constante aprimoramento literário e científico, de forma a conhecer o maior número possível de abordagens e contextos e acumular recursos para enfrentarem a manipulação e o revisionismo histórico. Você é um acadêmico de História.

Diante de sua formação no universo da licenciatura, e da importância dos avanços tecnológicos das últimas cinco décadas, propomos a seguinte reflexão: o que você pode fazer, nos campos da teoria e da prática, para evitar que o obscurantismo científico tome conta de nosso país e de nossa cultura?

Para realizar o MAPA, você deverá refletir, ressaltando quatro pontos:

1 – A importância da Escola dos Annales para a historiografia contemporânea;

2 – A importância do conhecimento científico e da educação para o Brasil (presente e futuro);

3 – As possíveis causas para a popularização do discurso anticientífico no país;

4 – Possíveis soluções e abordagens, em sala de aula e em trabalhos acadêmicos, para a contenção do negacionismo histórico em nossa sociedade. É imprescindível que, independentemente de suas interpretações particulares do contexto, você apresente argumentos embasados cientificamente para todas as suas afirmações. Diante disso, lembre-se de referenciar suas principais fontes documentais!

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